sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Eu não sei dizer se as pessoas de hoje me conhecem de forma correta.
Não sei se tenho pessoas o suficiente para escreverem sobre mim quando um dia nada mais existir.
Eu só tenho certeza de uma, Nayane Souza Alves.
Esta me conhece da raiz do cabelo ao dedo do pé que...
Esta me conheceu feliz, bonita, cheia de graça.
A mesma me viu perder os cabelos da cabeça, e outras coisas que pisaram o chão.
Me viu morrer de felicidade enquanto o presente escrevia o futuro miserável que me abraçaria.
Me viu ficar, namorar e jurar nunca deixar um homem borrar meu sorriso contornado de batom vermelho.
Hoje ela me vê chorar com a mesma frequência que assiste televisão.
Me vê me perguntando o que eu fiz para merecer tamanha angústia e infelicidade;
tamanhos problemas e decepções;
me perguntar por quê amar tanto alguém que nunca olhou para dentro de mim.
Ela me diz para esquecer, que existe coisa melhor guardada pra mim, que ninguém gosta de me ver assim.
Mas e aí? O que se fazer quando simplesmente se sente? Como se algo me obrigasse a isso!
Eu implorei a papai que me desse forças para segurar isso tudo, que me fizesse esquecer e me libertar para outros caminhos;
Força ele deu, mas não perca de memória suficiente para esquecer aquele girassol.
Hoje eu tatuo meu rosto diariamente com lágrimas exaustas de derramar, e sorrio! Sorrio porque sorrir engana a dor, funciona.
Minhas mãos tão cansadas... insistem em escrever.
Passo o dia pensando, sonhando, tecendo um futuro que não existe.
As vezes penso que a melhor opção pra quem não está feliz é sonhar com o que pode nos fazer feliz.
Por isso sonho, escrevo, canto, e aí me lembro destes amigos rescentes que me conhecem tão bem e tão mal ao mesmo tempo.
Eles sabem e não sabem de tanta coisa, e mesmo assim me fazem um bem tão grande, pois muitos deles são capazes de qualquer coisa para me ver sorrindo, e digo isso sem medo!
E é assim, lembrando deles que eu agradeço a papai por me ensinar que em meio a dor se encontra uma lição de amor.
Eu penso em Nayane, em Victor, Laecio, Adriana, Cilésio... As pessoas mais maravilhosas que eu já conheci. Em todo o sentimento que demonstram ao me verem triste, ou até mesmo feliz!
Eu sei, não são só eles, existem vários nessa lista de presentes de papai; minha família, o sorriso de Pedrinho, mais e mais amigos!
Devo a todos o ar que respiro, pois todos teem uma participação tão especial e bonita nas batidas de meu coração...
"A vida segue Daiane"
Eu canto isso todos os dias por vezes incontáveis, inlembráveis.
E não me importo de esperar, um dia meu coração aprende a letra da canção que vocês escreveram pra mim, meus anjos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O Crime


Reescrito por mim, narrado por fim.

Alexi Fonseca, jovem de classe social baixa, nasceu e se criou em um bairro pobre de sua cidade natal, Tapiratiba. Nascido em 1974, foi abandonado pelo pai aos 10 anos, deixando ele, Séfora - sua mãe - e seus irmãos - Davi, de 5 anos e Maria de 2 -.
Esta não é uma história de comoção, esta é a história que lembra um vizinho, o tio de um amigo ou até mesmo uma matéria mostrada em um jornal policial local; que geralmente suja o caráter do entrevistado(a menos que seja alguém poderoso, claro) descaradamente. Enfim, esta é uma história bem "a cara de fulano", pois todos já viram algo assim.

Trabalhando como servente de pedreiro e sua mãe como lavadeira, Alexi - que há tempos já havia largado os estudos - aos 20 anos conheceu Alícia; jovem de 18 anos rescém completados, que morava na mesma comunidade que Alexi e cursava o ultimo ano do ensino médio. Em pouco tempo os dois começaram a namorar e por alguns meses a paz pareceu reinar entre aquelas pessoas.
Quando dizem que "alegria de pobre dura pouco", acreditem; é porque é verdade. Com cinco meses de namoro com Alexi, Alícia descobriu que estava grávida, o que ocasionou ela ser expulsa pelo pai e passar a morar com seu namorado; ao mesmo tempo que Séfora descobriu que portava diabetes tipo 2, o que a fez parar de trabalhar, pelo menos por um tempo. Daí em diante, "problema" se tornou uma palavra comum na vida dos Fonseca, principalmente para Alexi, que se viu sozinho e obrigado a encontrar uma solução.
Com quatro meses de gravidez, Alícia revelou que estava esperando gêmeos; o que deixou Alexi ainda mais preocupado, já que o dinheiro que recebia não dava nem para ajudar sua mãe com os medicamentos.
Os meses foram passando, Alexi já completara mais uma primavera e a situação de sua família - agora maior com Alícia e os dois bebês - era a mais difícil em toda sua vida. Mal havia comida e o estado de saúde de sua mãe piorava cada vez mais pela falta dos remédios. Desesperado, Alexi tomou uma decisão que iria mudar sua vida para sempre.
Morando onde morava, Alexi conhecia todo tipo de pessoa, até mesmo aquelas que não são boas de se conhecer. Logo conseguiu uma arma e munição; o dia seguinte prometia.
Durante a noite, permaneceu calado, pensativo, o que deixou Alícia intrigada:
- O que há? Porque não fala nada? Está inquieto...
- Não tenho o que falar.
- Tem certeza? Tá tudo bem?
- Já disse que não tenho o que falar!
Alexi não tinha gritado, nunca foi disso. Mas sua voz se agravou com a persistência de Alícia.
Alexi se calou. A casa se calou.
O silêncio reina onde há fome.
O dia amanhece e logo cedo Alexi sai e toma um café gelado em algum boteco.
13:30pm
Alexi respira fundo olhando para a sua casa e sai em sua missão.
14:00pm, banco central de Tapiratiba, Alexi anuncia assalto e mantém funcionários e clientes reféns, ameaça atirar em quem tentar reagir.
Logo a polícia é acionada e o banco é cercado por homens da lei.
Borboletas explodem na barriga de Alexi e tremendo, se apressa em pedir os pertences dos reféns e dinheiro ao gerente.
O tempo passa lentamente para Alexi, reféns e policiais.
O sol já está quase sumindo quando as negociações se iniciam; Alexi exige um advogado para lhe defender e enquanto o cansaço e o medo o tomam conta, a polícia tenta armar um esquema para invadir o banco e capturar Alexi sem ferir nenhum refém.
Envão. Alexi era um homem bom e jovem. E os jovens inocentimente não controlam suas emoções, o que muitas vezes isso pode ser um problema. Felizmente as emoções de Alexi não o levaram ao absurdo, não em parte.
Alexi só queria dinheiro, não tinha intenção nem coragem de machucar ninguém.
Em uma confusão de pensamentos e sentidos;
Calores e frios;
A lembrança de seu pai indo embora; o sorriso de Séfora escondido atrás de um olhar pálido; Alícia e seus pequenos...
Após longas 12 horas de cansaço físico e mental, Alexi se entregou à polícia acompanhado de um advogado.
Do lado de fora, uma multidão de curiosos, os malditos jornalistas locais prontos para desmoraliza-lo, e no meio disso, o olhar cansado e sem esperança de Alícia, que carregava seus filhos consigo, pequenos como as lágrimas que caiam de seus olhos.
Ao ver esta cena, Alexi perdeu suas forças, em segundos se deixou cair no chão lentamente, exausto e aos prantos. Suas mãos em seu rosto traduziam o que ele soluçando falava:
- Perdão Alícia, perdão! Me desculpe pelo destino que sem querer estou dando aos nossos filhos, me perdoe!
Não se pôde ouvir mais nada; fora arrastado pelos policiais para dentro da viatura.

E agora você deve estar pensando que esta não é uma história vista em qualquer lugar ou jornal policial, como eu citei no início. Não se vê porque esta é uma história vista por traz das câmeras; por detrás da voz daqueles que não enxergam o desespero.
E ainda assim volto a dizer que esta é uma história comum por ser vivida por muitos, de várias formas, mas assistida por poucos.

Daiane Lopes.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009


São nos fins de tardes de verão
que eu me lembro de nossas prosas
São de conversas tão melosas
que eu estanco a saudade no teu chão
São de coracterísticas tão idênticas
que eu mergulho na inocência,
na essência e na tendência
de te ter aqui por perto;
Pois eu sonho e dessonho com esse romance enfadonho
Onde tu que és tão esperto
Nem imagina o que eu espero.
De tão bonito
De tão sabido
Que não me controla por um trisco.
E mesmo com o gosto de uva na língua,
ainda assim eu te digo
Que bonito por sabido
Um coração fica dividido!

domingo, 2 de agosto de 2009

Morderei de saudade


E todas as manhãs nascerão com vontade de nos juntar!