segunda-feira, 11 de maio de 2009

Feliz dia das mães?

É com muita tristeza e revolta que eu venho descrever aqui o primeiro dia das mães que com certeza minha memória nunca falhará quando eu quiser lembrar.
Infelizmente, ao amanhecer o dia tive uma discursão com minha mãe, que me deixou durante todo o resto do dia com a auto-estima baixa.
Logo mais à noite conseguimos ficar bem e desabrochar belos sorrisos.
Por volta das 22 horas, quando desligamos a TV e desejamos boa noite carinhosamente, resolvi fazer uma oração(fazia tempo que não conversava com deus).
Agradeci pela maravilhosa mãe que tenho, pedi muita saúde pra ela e não pude conter uma lágrima quando me imaginei sem ela.
Neste exato momento escutei uma batida seguida de gritos de dor, eram gritos de uma mulher.
No mesmo instante me levantei da cama e quiz correr para ajudar; minha mãe tentou me impedir(ela sabe como sou fraca pra essas coisas) mas meu pai me acompanhou até o portão, aqueles gritos me aterrorizaram.
Moro na avenida Ailton Gomes, em frente a rua Nossa Senhora de Lurdes, o acidente foi em frente a minha casa.
Um carro invadiu a preferencial de um casal que vinha de bicicleta, bateu neles e em seguida fugiu.
Aqueles gritos que me causavam pavor era da mulher que vinha acompanhada de seu marido na bicicleta, ela estava grávida.
Todos em minha casa estavam apavorados e logo pegamos os telefones para ligar pro corpo de bombeiros e polícia para pedir ajuda.
Depois de algumas tentativas(pois sempre dava sinal de ocupado), consegui falar com alguém dos bombeiros.
Expliquei a situação e o atendente disse que a ambulância estava quebrada, que eu ligasse para o 192.
Isso me causou tanta revolta! Pois minha mãe já tinha falado com a polícia e eles deram calados por resposta. Eu disse ao atendente do 193 que aquilo era um absurdo, era a vida de uma mãe e uma criança que estava em jogo e eles se diziam não poder fazer nada! Desligaram na minha cara.
Felizmente existem pessoas raras por serem boas neste mundo. Alguém se dispôs a levar a senhora de carro ao hospital, não se ouviram mais gritos.
É triste saber que em um dia como este eu e tantas pessoas tivemos de assistir a um episódio desse, episódio que se resume em uma só palavra: IRRESPONSABILIDADE
Irresponsabilidade de tal pessoa incompetente no trânsito e ser cruel por fugir, abandonar em um asfalto uma mulher grávida, e irresponsabilidade das autoridades que estão responsáveis pela segurança da população local.
Há um ano uma situação parecida aconteceu comigo; fui vítima de um acidente de trânsito e se não fosse a bondade da população, talvez eu tivesse morrido, já que eu não pude contar nem com ambulância, nem com o indivíduo que invadiu a preferencial em que eu vinha de de moto, batendo no veículo em que eu me encontrava.
A perca de memória recente é algo que me afeta desde o dia 23 de outubro, mas daquela noite eu jamais esquecerei.
E hoje, dia das mães, o que eu mais desejo é que aquela senhora e seu bebê fiquem bem, e que os responsáveis pela segurança e bem-estar da população fiquem cientes do seu papel na sociedade; pois eu, Daiane Lopes, 17 anos, tenho vergonha da minha cidade.

10/05/2009

3 comentários:

  1. Parabens pelo texto e tambem pela sua sensibilidade.Peço a sua autorização para ler o texto no final do programa ROTA.Por fim tenho digamos um ¨conselho ¨ a lhe dar, se informe quando vai chegar aqui em juazeiro o curso de jornalismo e venha fazer parte desse ¨mundo magico¨chamado informação.Abraços cicero Lucio.

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  2. Sinto concoradar que as autoridades não só dessa cidade, e sim do mundo só se importam com seus salarios de FOME... não pórque ganhem pouco, pois já ganham demais em receber por não fazerem nada... mas sim por RECEBER dinheiro de nossos IMPOSTOS para que quando precisarmos deles nos desligarem o telefone enquando esperamos uma resposta do outro lada... Lamentavel... muito lamentavel!

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  3. É quando a gente percebe que o sistema público é falido, e infelizmente, percebemos as vezes da pior maneira, como essa aí, que mostra alem da irresponsabilidade, um completo mau carater ao volante. Ahhh..se alguém tivesse pego a placa!!

    Mas aí vem a luz no fim do túnel...e pessoas de bom coração dispostas a ajudar aparecem..

    Isso me lembrou um fato q eu tava na rua pe cicero todo arrumado pra ir pra facul...atropelaram um caozinho e ele ficou la aos gritos se batendo e ninguem nem aí.. Um lavador de carro q pegou ele, colocou no canto da calçada e ficou olhando pras pessoas q passavam pra ver se alguem ajudava. No pé da claçada tinha gesso de uma construção. Fui lá. Peguei uns trapos do lavador q ainda estavam limpos, e usei o gesso pra imobilizar o cachorro pq ele se batia e aquilo só piorava a situação. Daí uma Sra. passou e perguntou se poderia fazer algo tbem. Resumindo: Ela pagou um moto taxi e a internação do cachorro, eu levei ele na moto (perdi minha roupa, pq ficou toda manchada e n saiu mais). Ele ficou bom e arrumei com uma professora minha da URCA um lar pra ele no Crato. Depois passei na rua pe cicero pra falar pro lavador o que aocnteceu, pq ele me pediu que desse retorno quando pudesse.

    Enfim...coisas ruins acontecem, mas isso nos mostra muitas vezes que, apesar de tudo, as boas se mantém!

    ; )

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