sexta-feira, 27 de março de 2009

A roupa já foi lavada
A mesa já está arrumada
O café já está cheirando
E o meu bem vem chegando.

As flores já foram regadas
O leite já está na calçada
Meu coração, forte vai batento
Pois o rosto do meu menino já estou vendo.

Teu beijo faz de mim uma criança
É como se eu revivesse aquela lembrança
Do cheiro de alcool na provinha do jardim
Que a tia cantando trazia pra mim.

Nessa época de minha inocência tu já sapecava
E em uma dessas brincadeiras de menino tu cochichava:
- Toinho, se esconde rapidão; que Manel já conta 1, 2, 3 no portão!

Agora venha meu bem,
Não me trate com desdém
Que já faz tempo que eu espero por este dia
Em que meus olhos se enchem de alegria
E o lado direito de nossa cama já não ficará mais vazia
Pelomenos por uns dias...

terça-feira, 24 de março de 2009

O Eu, lírico.

- O amor é um delito; muito bem.
Eu sou a inocência boiando sobre o delito.

Eu sou um cubinho de gelo, daqueles que cai no chão escorregando até o sol e desaparece.

Eu não sou de roubar, sou de ser assaltada.
Sempre levam de mim meus sentimentos mais bonitos.
Tenho o pensamento longe, e onde está o pensamento está o olhar.


"Eu sou um passarinho
Mas não sei voar
Eu só sei cantar"


E eu nunca mais fui tão feliz desde que deixei de ser criança!

And who want's to know?
Nobody want's to know...

domingo, 15 de março de 2009


Eu demoro tanto tempo para ter sonhos bons que desta vez eu teria de ter um justamente com você, que raramente aparece em meus sonhos.
Estavamos no centro da cidade, o sol forte batia na parede do centro cultural, o que dava a impressão de ser mais ou menos 2 da tarde.
Subimos ao mirante e como da última vez, os seguranças nos deixaram sozinhos.
Foi tão bom sentir tuas mãos quentes e macias denovo...
Teu celular vibrou.
- Amor, vamo descer, meu pai está lá em baixo e quer me ver.
Eu fiquei meio surpresa com isto mas preferi não comentar nada.
Ao descer e sair pra fora do centro cultural o tempo já tinha gosto de 3:30 da tarde.
Subimos até a rua de cima e dobramos na esquina da direita; paramos e teus olhos procuraram de um lado pra outro o seu pai até que um homem acenou pra ti.
Ele era alto, de pele clara e físico médio. Vestia uma camisa social azul claro, uma gravata cinza escuro e uma calça social preta.
Eu pensei: - Não pode ser ele, lembro-me que tinham me mostrado ele em uma festa e não tem nada haver com este homem!
Mas como em sonho as coisas são meio estranhas, eu decidi ficar na minha mais uma vez.
Fomos até ele.
Ele pôs o braço direito sobre teus ombros e vocês sairam caminhando devagar, ele falava baixo contigo. Eu fui logo atráz.
Não andamos muito até chegar à uma casa, ou bar, não sei.
De lá saiu um homem que te abraçou e conversou algo que eu não entendi; aparentava estar embriagado. Aquele homem sim, eu reconheci.
Você pegou na minha mão e saimos a passos rápidos. Não sei como mas já estávamos em uma rua não asfautada, de pedra.
O tempo todo você não falou nada, caminhava olhando pro chão.
Naquele momento eu sabia que não deveria me atrever a falar nada.
Derrepente começamos a ficar super tontos, como se estivéssemos sobre efeito de alguma droga ou alcool.
Não sei como, mas derrubei dois homens que vinham de bicicleta; neste momento o tempo aparentava que fosse entre 5:30, 6 da tarde.
Ajudei os homens a se levantarem e quando voltei você estava com a cabeça deitada sobre um carro, com os olhos lacrimejando; cantava uma música linda... Sua voz, como sempre, tão suave e bonita.
- Vem amor, vamos sair daqui - eu disse enquanto te virava pra mim. Te beijei.
Quando se beija alguém que está quase chorando, o beijo se torna uma das coisas mais angelicais do mundo.
- Ele não deveria ter feito isso. - disse você com um olhar perdido.
Saimos de mãos dadas novamente, os passos que esvavam em velocidade normal voltaram a se apressar; parecia que estávamos procurando um lugar para se esconder.
Já estava de noite e o centro da cidade já estava longe.
As ruinhas eram de pedra e areia, por todo lugar havia pessoas, as praças que viamos eram tão pequenininhas...
Em frente uma dessas praçinhas havia um cemitério. Você me puxou pra dentro dele correndo.
Um grito de horror soou em nossos ouvidos, eu estremeci, mas você não tinha medo algum.
Agente corria tão rápido que eu já não sentia meus pés no chão; era como se eu estivesse voando.
Derrepente agente vira á esquerda e você me encosta na parede de uma das tumbas.
Minhas mãos tremiam assim como meu coração.
Eu poderia te pedir pra irmos embora, mas se aquilo estava te fazendo bem, eu não poderia te negar; não naquele dia.
Naquele momento eu era quem estava com os olhos lacrimejando. Era tão assustador e tão bonito ao mesmo tempo... Eu estava com você!
Tuas mãos seguravam meu rosto, teus olhos estavam voltados à minha boca e teus lábios lentamente tocaram os meus.
Foi o beijo mais doce do mundo.
Não consegui conter minha emoção e acordei.
Meu coração estava pulsando da mesma forma que no sonho.
Aquilo foi tão real que toda vez que lembro me dá vontade de chorar.
Porque a realidade mostra que você não está aqui;
Que talvez eu não te tenha mais a não ser nas tuas raras visitas aos meus sonhos;
E que eu nunca irei gostar de alguém como gosto de você.

sábado, 14 de março de 2009




E mais uma vez a lua virou estrela ao ver aqueles olhos grandes de menina lacrimejar e desabar em lágrimas abundantes.
Porque quando tudo pareceu estar bem, ele veio e apagou a luz tão difícil de se acender entre eles dois.
Mas aquela beija-flor já não é mais a mesma. A cada dia que passa ela envelhece mais; com o passar do tempo ficamos mais fortes e ao mesmo tempo mais fracos.
Ela tem força para seguir sem você por mais uma estação
Mas já não tem fôlego para ver os ventos de outros ares levarem suas pétalas para cada vez mais distante dela, oh doce e poético gira-sol.
Logo teus beijos não serão mais dela,
Logo apareceram outras flores que a apaixonaram;
Mas nenhuma brilhará tanto aos olhos dela como você.
E é por isso que ela chora, porque sabe que toda flor murcha.
Oh doce e poético gira-sol.
Nós somos mais do mesmo
Nós somos o encontro das gerações
Nós somos o futuro com saudade do passado
Nós somos o último dente de leão da estação
Nós somos indecifráveis
Nós somos nós mesmos.
Não há ninguém além da chuva
Essa chuva que está mais pra tempestade feita por uma só nuvem: Eu.
Minhas mãos tremem, é como se os raios e trovoadas estivessem acontecendo dentro de mim.
Seria tão bom se podéssemos ir até o fim quando planejamos algo.
As vezes não deveriamos usar um acontecimento de lição pra nossa vida.
Eu costumo pensar mais nos outros do que em mim, e de verdade, eu não desejo que essa dor que eu sinto há tanto tempo, e que ao mesmo momento me deixa mais forte, sirva para machucar os outros.
Sim, muitas vezes os "fortes" por serem ou por quererem se mostrar fortes acabam machucando os outros.
Eu prefiro ser sensível e chorar quando te ver triste do que forçar um sorriso que por dentro estará me matando.
Mais um vez o tremor...
É como se os fantasmas que estão trancados em meu coração gritassem, dessem murros e chutes nas paredes, em busca de se libertar.
E esse vento frio batendo em minha face pálida, é como se algo estivesse me avisando que isso é apenas o começo, e que essa chuva cairá sempre dos meus olhos; as vezes como uma chuva fina, outras como tempestade, com direito à raios, trovoadas e tudo mais.
Entende porque suas mãos quentes são tão importantes pra mim?
Porque em tua companhia, eu poderia suportar até um dilúvio!
E aí então eu poderia começar a sonhar novamente com o tão esperado sol nascente.
Mas você não está aqui, talvez nem queira.
E é aí que eu volto a chover desesperadamente...
Até um dia em que finalmente meus olhos se fecharam.

sexta-feira, 13 de março de 2009


Novamente eu me vejo em um deserto de sal
Tu me beijas, me deixas e com isso eu fico mal
O nível do teu mar quase nunca está elevado pro meu lado
É que os ventos sopram mais bonito pro lado do sul,
enquanto eu fico te olhando aqui do norte...
Meu bem, se afaste mas não me esqueça
Se encante mas segure minha mão antes que eu me perca
Tenho que confessar...
Tenho medo de que quando eu decidir me afogar no teu mar tu já estejas distraído demais pra me salvar
Mas quando meu corpo estiver na beira, na areia
Tu lembrarás que eu fui o outro par da tua meia
Sem eira nem beira
Mas que deixava tua casa cheia
Daquela dorzinha que faz bem, meu bem.
Um oceano de lágrimas em meu coração
- How! Uma esmolinha de atenção!
Pra aquela que escreve frases toscas para um sujeito sem noção
Capaz de deixar o coração de sua dama no chão.
Mas calma, isto já vai acabar
Logo os ventos sopraram pro lado de cá
E quem mais uma vez não deu valor
Mais um vez chorará de dor!